Em outubro, a produção industrial catarinense registrou a terceira queda consecutiva, com recuo de 1,8% ante setembro. No média do país, houve alta de 0,3%. O nível de produção do estado ficou pelo segundo mês abaixo do patamar pré-pandemia, condição na qual a indústria nacional se encontra desde abril de 2021.

O mês foi marcado pelo cenário nacional de incertezas políticas, dado o período das eleições, o que fez postergar muitas decisões de investimentos por parte das empresas, repercutindo na produção industrial do país. 
A persistência do processo inflacionário global e a desaceleração de algumas das principais economias mundiais também influenciaram o resultado.
Além disso, a análise de desempenho por grande categoria econômica sugere que o aperto monetário vem contribuindo para restringir a atividade industrial. Considerando os dados nacionais, a análise mensal de outubro foi marcado por recuos nas categorias mais sensíveis aos juros, como é o caso da produção de bens de capital (-4,1%) e de bens de consumo duráveis (-2,7%).

A recente queda na produção de máquinas e equipamentos e vendas de móveis e eletrodomésticos em Santa Catarina dão indícios de que impactos semelhantes sejam sentidos no estado.
O elevado nível de preços em produtos do vestuário é outro fator que influenciou a queda na produção industrial do estado. Apesar das medidas governamentais de arrefecimento da inflação, a redução nos preços não ocorre de forma homogênea em todos os setores, pois há outros fatores que podem influenciar os preços.
No caso do vestuário, houve um longo período de pressões de custos dada a Covid-19, que se refletiram nos preços do varejo e restringiu de certa forma a demanda por artigos do setor. A atividade catarinense de produtos têxteis, por exemplo, representa a maior queda da indústria no acumulado do ano.

Santa Catarina possui a 3ª maior expansão do país na produção de alimentos

O destaque positivo da indústria catarinense continua sendo a produção de alimentos. Além de registrar expansão quatro vezes maior que a média nacional, Santa Catarina
representa atualmente o 3º maior crescimento do país no setor (7,6%), ficando atrás somente do Mato Grosso  (29,7%) e Pará (8,5%). Em 2022, o estado aumentou as vendas internacionais de carnes e seus derivados, ampliando o fornecimento para o Sudeste Asiático e o Oriente Médio.

Confira abaixo o Boletim na íntegra: