Falta de insumos restringe crescimento sustentável para o setor industrial
A atividade industrial catarinense sofreu retração de 0,5% no mês de setembro, ante o mês de agosto, quando registrou expansão de 3,1%, na série com ajuste de sazonalidade. O desempenho do estado em setembro foi ligeiramente inferior à média nacional, que apresentou recuo de 0,4%. Entretanto, na análise interanual, Santa Catarina registrou crescimento de 1,5% em setembro, enquanto na média brasileira houve recuo de 3,9%.
O desempenho da produção industrial nacional e catarinense vem apresentando dificuldades durante o ano de 2021, dada a escassez de insumos que compõem os processos produtivos da indústria. Soma-se a isso a crise energética que aumenta os custos de produção, estimulando o aumento de preço na economia. No âmbito internacional, os investimentos previstos em expansão de capacidade produtiva ainda se encontram em fase de maturação nos países, o que impede o retorno completo à normalidade para as cadeias produtivas.
Produzida pelo IBGE, a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) tem por objetivo acompanhar informações sobre o volume físico de diferentes atividades industriais. A coleta dos dados é feita via questionário eletrônico por empresa, envolvendo 14 Unidades da Federação.
Santa Catarina sustenta maior expansão entre as unidades federativas
Apesar dos desafios enfrentados pela indústria desde o início da pandemia, no acumulado do ano o estado de Santa Catarina registrou o maior avanço no nível de produção industrial dentre as unidades federativas, na comparação com o mesmo período do ano de 2020. Com expansão de 18,1%, o resultado é superior ao avanço da média nacional, que registrou crescimento de 7,5% no mesmo período de análise.
Setor de Equipamentos elétricos com destaque na variação mensal
A produção de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos teve expansão de 12,4% na atividade em setembro, ante o mês de agosto. O bom resultado do setor vem em decorrência da demanda externa por motores e transformadores elétricos, onde, no acumulado do ano (jan/21-set/21), as exportações dos produtos cresceram 27,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O setor de Produtos de madeira também registrou expansão na produção industrial mensal. Com variação de 6,4% em setembro ante agosto, o setor foi impulsionado pelo crescimento nas exportações, sobretudo pelo aumento na demanda dos EUA, principal parceiro comercial do estado. O destaque vai para os produtos de madeira compensada, obras de carpintaria e outros móveis. A desvalorização do real também vem contribuindo para o aumento do montante exportado no estado.
Apesar do ambiente internacional de escassez de semicondutores, que afeta sobretudo os setores industriais com sofisticação produtiva, o setor de Veículos automotores registrou variação mensal positiva. Após duas quedas consecutivas em sua produção, houve crescimento de 1,6% em setembro ante agosto.
Na variação acumulada do ano, o setor de Metalurgia segue registrando o maior avanço na produção industrial do estado, com variação de 63,3%, quase o triplo da variação registrada no cenário nacional.
Produção industrial se prepara para as vendas de fim de ano
Com o avanço da vacinação, o pagamento do 13º salário e o retorno do funcionamento do comércio e de eventos presenciais, há grandes oportunidades para a recuperação da demanda reprimida nas atividades de comércio e serviços. A indústria, responsável pelo fornecimento dos produtos nestes setores, também acaba sendo beneficiada.
Os dados de emprego industrial do mês de setembro revelaram aumento no número de contratações nos setores de bens de consumo não duráveis, em particular nas atividades de Vestuário e acessórios e Produtos alimentícios, como preparação para as vendas de fim de ano.
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