A produção industrial catarinense recuou 2,7% em maio, em comparação com o mês anterior, na série livre de efeitos sazonais. No Brasil, o resultado ficou praticamente estável, na mesma base de comparação. Na análise interanual, a produção catarinense apresentou retração de 4,4%.
O desempenho da indústria catarinense no mês está associado, principalmente, a uma menor demanda por bens intermediários no mercado doméstico. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a maior queda ocorreu no setor de metalurgia, que possui forte encadeamento com as indústrias de bens de capital e de automóveis da região Sudeste do país. Também houve recuo na produção cerâmica catarinense, a qual se destaca no fornecimento de insumos para a construção civil de diversas regiões do Brasil. Em ambos os casos, a atividade industrial vem sendo diretamente prejudicada pelas altas taxas de juros praticadas na economia brasileira.
A política monetária mais restritiva também tem influenciado negativamente a produção de móveis em Santa Catarina, em particular aquela destinada à venda em outros estados. Diante dos elevados custos de crédito ao consumidor e do patamar historicamente alto de endividamento das famílias no país, o volume de vendas de móveis no varejo brasileiro acumula recuo de 12,4% nos últimos 12 meses.
Apesar dos impactos ocasionados pelos juros altos sobre a produção de bens de capital destinadas ao mercado interno, a indústria catarinense segue apresentando resultados positivos nos setores de equipamentos elétricos e de máquinas e equipamentos. Em maio, a produção desses setores aumentou 8,1% e 6,9%, respectivamente, em comparação com o mesmo período de 2022.
No primeiro caso, a expansão foi influenciada pela fabricação de eletrodomésticos de pequeno porte (liquidificadores, batedeiras e torradeiras, chuveiros, entre outros), que são menos dependente de crédito e contaram com novos investimentos em plantas fabris em 2023 no estado. Além disso, o setor se beneficia do aumento das exportações de fios de cobre, principalmente destinadas à Argentina.
O crescimento da produção das máquinas e equipamentos também está relacionada às vendas externas. Nos últimos meses, as empresas catarinenses têm ampliado as exportações de motocompressores para os Emirados Árabes, de bombas de líquidos para o Sudeste Asiático e de aparelhos de elevação e máquinas para trabalhar madeira para países da América do Sul.
Outro setor com resultados positivos em maio foi a indústria química, cuja produção teve alta de 6,5% na análise interanual. Entre as atividades do setor, destaque para a fabricação de cosméticos, artigos de perfumaria e de higiene pessoal, que tem se beneficiado do aumento do volume de vendas desses produtos no varejo.
Vale destacar, ainda, a manutenção dos bons resultados do setor de material plástico e borracha, que avançou 5,7% na análise interanual. O estado é um dos principais fornecedores de embalagens do país, favorecendo-se do cenário de expansão da indústria alimentícia nacional, em especial de carnes destinadas à exportação.
Confira abaixo o Boletim na íntegra: