No 1º trimestre do ano, a produção industrial catarinense cresceu 2,2% em relação ao 4º trimestre de 2022. Já a média nacional registrou estabilidade. No acumulado em 12 meses, o estado ainda apresenta queda na produção industrial, mas agora de menor magnitude (-3,7%).
O bom resultado na análise trimestral está associado à recuperação, parcial ou total, de vários setores industriais catarinenses, diante das quedas registradas principalmente no segundo semestre de 2022.
O setor do vestuário, por exemplo, registrou o maior crescimento da indústria no estado na análise trimestral. O segmento recuperou o recuo do trimestre anterior, estimulado sobretudo pelo arrefecimento dos preços ao consumidor no início de 2023.
Em 2022, sua produção foi pressionada pelos altos custos de produção, principalmente em relação ao algodão, insumo importante no setor, que atingiu seu maior preço dos últimos dez anos.
Cabe o destaque também para os setores de Produtos Químicos e Plásticos. O primeiro foi impulsionado pelo aumento das vendas externas. O estado mais que dobrou suas exportações de gelatina e derivados e tall oil em 2023. Já o setor plástico foi impulsionado pelo aumento do fornecimento doméstico, principalmente de embalagens.
Os setores que produzem bens de capital, como o de Máquinas e equipamentos e o de Equipamentos Elétricos, recuperaram parte da queda do ano passado. No 2º semestre de 2022, os efeitos defasados da política de aumento da taxa de juros se fizeram mais presentes na economia e limitaram o acesso ao crédito, impactando de forma mais acentuada esses setores.
Em 2023, apesar da manutenção da taxa Selic em níveis elevados, a produção nestas indústrias foram estimuladas pelo aumento das vendas externas, particularmente de produtos que não estão entre os principais da pauta exportadora. Como exemplo, o aumento das vendas de máquinas agrícolas, bombas de líquidos, aparelhos de elevação, máquinas para fabricar alimentos e bebidas, painéis para comando e condutores de uso elétrico.
Por outro lado, a maior queda foi registrada na indústria automotiva catarinense, na análise trimestral. O setor também foi prejudicado pelo alto nível da taxa de juros, que encareceu o crédito às famílias e impactou as vendas de bens de consumo duráveis no país. Como Santa Catarina é importante fornecedor interno de peças e acessórios para veículos, sua produção também foi prejudicada.
Da mesma forma, o setor alimentício registrou queda, assim como em outros estados das Regiões Sul e Sudeste. Apesar do crescimento das vendas externas no setor em 2023, de produtos como a carne suína, o óleo de soja e suco de frutas, a queda na produção sugere que o aumento dos preços domésticos em alguns itens da cesta de consumo das famílias esteja causando a redução de suas vendas.
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