A produção industrial catarinense decresceu 5,1% entre agosto e setembro, registrando nível de produção inferior ao patamar pré-pandemia pela primeira vez em 2022. Dos quatorze estados pesquisados, doze registraram queda, sendo de -0,7% a variação na média nacional.
Esse resultado está associado ao recente aumento das incertezas internas e externas. Quanto ao cenário internacional, as preocupações giram em torno da desaceleração das principais economias globais, que se tornou mais explícito no terceiro trimestre.
Internamente, as eleições de outubro significaram um importante vetor de incertezas, postergando tomadas de decisão sobre investimentos.
Complementarmente, deve-se considerar também os efeitos defasados entre o ciclo de aumento dos juros e os resultados reais na economia, que começam a ser sentidos cada vez mais pela indústria.
Diante dessas variáveis, algumas das maiores quedas foram registradas em indústrias produtoras de bens de capital, em especial a de máquinas e equipamentos (-19,6%). Além do aumento nos custos de financiamento, esses setores ainda sofrem com problemas na oferta de insumos internacionais.
O destaque positivo, na análise mensal, ficou por conta da recuperação gradual do setor automotivo. O setor é incentivado pela alta na produção de veículos utilitários na Argentina, que ampliou a demanda por insumos de indústrias catarinenses.
No acumulado do ano, o setor alimentício segue liderando o crescimento da produção industrial no estado, com nível de produção 7,2% acima do mesmo período de 2021. A produção de alimentos tem sido beneficiado pelo aumento das exportações de carnes de aves, que registraram consecutivos recordes no estado ao longo de 2022.
Confira abaixo o Boletim na íntegra: