Produção industrial de Santa Catarina apresenta novo recuo
Pelo sexto mês consecutivo, a indústria catarinense registra variação negativa da produção, na comparação com o mês imediatamente anterior – no mês de julho, o recuo foi de 1,5%, queda superior à variação nacional, que apontou queda de 1,3%.
Na análise interanual, Santa Catarina apresentou 7,8% de crescimento em julho, ante variação de 1,2% da média brasileira. Entretanto, a base de comparação se encontrava mais baixa, dados os primeiros efeitos da pandemia.
Produzida pelo IBGE, a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) tem por objetivo acompanhar informações sobre o volume físico de diferentes atividades industriais. A coleta dos dados é feita via questionário eletrônico por empresa.
Região Sul vem apresentando queda na produção industrial ao longo de 2021
Após alcançar crescimento máximo da produção industrial em janeiro, os estados da Região Sul vêm apresentando ao longo de 2021 decréscimos consecutivos na produção, com variações mais acentuadas do que a média nacional. Essa tendência tem sido impactada principalmente pela retração do setor de produtos alimentícios, comum aos três estados da Região Sul.
Esse movimento de recuo na produção industrial é observado também no cenário nacional. Com o forte ritmo da vacinação no país e a retomada gradual da economia como um todo, os problemas estruturais da indústria brasileira anteriores à pandemia voltam a se tornar mais aparentes. A pandemia acrescentou dificuldades nas condições econômicas, tais como a alta persistente da inflação e a falta de insumos industriais em perspectiva mundial.
Além disso, houve um desequilíbrio entre o nível da produção e de estoques, nos três grandes setores da economia, principalmente no segundo semestre de 2020, o que explica em parte o aquecimento da indústria a níveis altos. Já atrasos no início da vacinação impactaram diretamente no recuo da massa salarial no setor de serviços, este responsável pela maior parte dos empregos do país.
Setores com sofisticação produtiva se destacam em Santa Catarina
No acumulado do ano, a produção na Metalurgia continua como o maior destaque na indústria de Santa Catarina, impulsionada sobretudo pelo aquecimento continuado da construção. Na sequência se destacam os setores de Veículos automotores e Máquinas e equipamentos, segmentos que produzem bens com significativa sofisticação produtiva.
Já o setor catarinense de Produtos alimentícios apresenta retração no seu nível de produção industrial no acumulado do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa retração no ano de 2021, em parte se justifica pela expansão que o setor observou no início da pandemia em 2020, dado o aumento da demanda internacional.
Apesar da criação do auxílio emergencial, o nível de inflação mais alto e persistente na economia brasileira influi negativamente no poder de compra da população, o que acaba afetando a demanda e produção de bens de consumo, sobretudo o setor de Alimentos e Bebidas. Além disso, outro fator que impacta o setor é o ritmo menor de crescimento econômico da China, grande parceiro comercial do Brasil e de Santa Catarina, dado novos surtos da Covid-19 e gargalos logísticos.
Produção de bens de consumo no Brasil está abaixo do nível pré-pandemia
No que tange o número índice relativo à produção brasileira de bens de consumo, nota-se um recuo gradual a partir de janeiro deste ano. Os bens duráveis, que compreendem automóveis, eletrônicos, eletrodomésticos, móveis etc., estão entre os mais atingidos pelo choque nas cadeias de insumos, sobretudo no abastecimento de semicondutores. Já a queda na produção dos não-duráveis (alimentos, roupas etc.) mantém a produção abaixo dos níveis pré-pandemia.
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