Indústria catarinense recupera, em novembro, parte da queda dos últimos dois meses
No mês de novembro, a atividade industrial de Santa Catarina registrou expansão de 5,0% em relação a outubro, o que representou a segunda maior variação mensal dentre as unidades federativas. O resultado recuperou, assim, parte das quedas sofridas nos dois meses anteriores – retornando a um patamar de produção industrial superior ao período de pré-pandemia.
Por outro lado, a produção industrial brasileira registrou a sexta queda consecutiva (e a décima queda no ano de 2021) na análise mensal. O cenário mostra ainda dinâmicas diferentes entre os estados e alguns setores industriais, registrando queda de 0,2% no mês de novembro, quando comparado a outubro.
A falta e o alto custo de insumos continuam sendo o principal desafio para indústria. O choque de oferta ocasionado pela pandemia se traduziu em impactos duradouros nas cadeias internacionais de suprimentos, limitando o crescimento sustentável de atividades industriais.
Diante do cenário interno mais restritivo por conta da inflação e elevação da taxa de juros, a recuperação da atividade econômica no ano esteve pautada nos investimentos. A dinâmica industrial nacional foi favorecida nos setores da cadeia de bens de capital, que registraram expansão na atividade industrial a níveis acima das demais categorias econômicas, como os bens intermediários e os de consumo.
Pelo alto grau de diversificação produtiva e competitividade da indústria catarinense, a produção industrial do estado segue apresentando a maior expansão na atividade industrial do país em 2021. O crescimento de 12,4% representa mais que o dobro da média nacional de 4,7%.
Já na análise interanual, houve retração de 4,4% no Brasil e de 2,6% em Santa Catarina no mês de novembro, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Metalurgia possui o maior crescimento da Indústria no acumulado do ano
Na análise setorial da indústria de transformação de Santa Catarina, o setor da Metalurgia obteve o melhor desempenho no acumulado de janeiro a novembro de 2021, ante o mesmo período de 2020. A expansão da produção do setor no estado foi de 49,5%. A atividade metalúrgica vem sendo impulsionada pelo bom momento da Construção, tanto no nível estadual no como nacional. No terceiro trimestre, o setor da Construção brasileiro cresceu 3,9% no país, em relação ao segundo trimestre de 2021. Em Santa Catarina, o setor gerou cerca de 17 mil novas vagas de emprego entre janeiro e novembro do ano de 2021.
Outro destaque da indústria de transformação de Santa Catarina fica para a fabricação de Veículos automotores, com expansão de 41,2% no acumulado do ano. Apesar da escassez de insumos e dificuldades logísticas ainda se mostrar presente, o ano de 2021 mostrou uma retomada da produção automobilística a partir do setor de autopeças e carrocerias.
Nota-se ainda a boa recuperação da atividade industrial em Celulose e Papel ao longo de 2021, registrando um crescimento de 13,9%, superior ao crescimento nacional de 3,2%. O estado de Santa Catarina possui a quinta maior produção do setor, com destaque para a produção de papel kraft. No acumulado do ano de 2021, o setor de Celulose e Papel registrou saldo de 1,3 mil novos postos de trabalho.
Bens de capital sustentam nível de produção industrial nacional
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo uma mudança momentânea no perfil de consumo das famílias: uma substituição parcial do consumo de serviços pelo consumo de bens, sobretudo de bens de consumo não duráveis, resultando em um aumento na produção industrial para os respectivos setores.
À medida em que a retomada do fluxo de pessoas nos centros urbanos estimulou o retorno das atividades de serviços, a produção de bens de consumo perdeu a intensidade, sendo influenciada, também, pelo aumento dos custos e perda do poder de compra da população. No entanto, a produção de bens de capital voltou a apresentar uma trajetória ascendente, especialmente em função da queda nos estoques da economia e na necessidade de ampliação da capacidade de produção. O resultado é um aumento de 30,7% no acumulado de janeiro a novembro.
Esse desempenho pode ser explicado pela expansão de atividades a nível nacional como a Metalurgia (+18,4%), Veículos automotores (+23,2%) e Máquinas e equipamentos (+26,8%), setores também incentivados pela retomada da dinâmica econômica do mercado externo, como Estados Unidos e China, que absorveram parte da produção nacional.
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