Produção industrial catarinense sente os efeitos do cenário de incerteza global
No mês de março, Santa Catarina registrou queda de 3,8% na produção física industrial em relação a fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. A queda vem após duas expansões consecutivas na produção industrial no estado. No cenário nacional, a atividade industrial brasileira registrou expansão de 0,3% no mesmo período.
Entre as atividades industriais, a maior queda na análise mensal ocorreu em Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,0%). O setor vem sendo impactado pelos entraves logísticos na cadeia produtiva global, principalmente em relação à paralisação da economia chinesa no combate à pandemia.
Apesar do recuo em março, a expansão industrial nos últimos 12 meses continua positiva e superior à média nacional. A atividade de Veículos automotores segue sustentando a maior taxa de crescimento no acumulado dos últimos 12 meses. Estimulada pela demanda externa, sobretudo por países da América Latina e Europa, o setor conseguiu se recuperar, após sofrer com severas restrições produtivas no início da pandemia.
Enquanto isso, a atividade de Produtos alimentícios segue sofrendo com os impactos da alta nos preços dos alimentos e do menor poder de compra da população, em virtude também da escalada inflacionária nacional e global. Além disso, a proibição de exportações de diversos alimentos em alguns países vem limitando a oferta global e trazendo pressões adicionais sobre os preços dos alimentos.
No comparativo entre os estados brasileiros, Santa Catarina registrou recuo de 8,9% no 1º trimestre do ano, queda de magnitude superior à média nacional (-4,5%).
De maneira geral, os maiores produtores industriais do país registraram queda na produção industrial no 1º trimestre, e isso reflete a constante pressão dos custos sobre a indústria, além das incertezas crescentes sobre o cenário global nos próximos meses.
O aumento da inflação no cenário global e o momento de maior aperto monetário, em especial nos Estados Unidos, a política de tolerância zero contra a covid-19 na China e o conflito da Rússia na Ucrânia sem perspectiva de algum desfecho vêm adicionando desafios à expansão econômica dos países.
No Brasil, o ciclo de alta dos juros continua em curso, visto que a pressão inflacionária se mostra persistente e disseminada na maioria dos produtos da cesta de consumo dos brasileiros.
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