Contra Coronavírus
O mais recente levantamento de mercado semanal realizado pelo Boletim Focus do Banco Central acerca das perspectivas de crescimento do PIB registrou seu pior resultado do ano, e sua sétima queda consecutiva, atingindo -0,48%, caindo 1 ponto percentual em relação a semana anterior. O resultado é reflexo das expectativas do mercado para o nível de atividade em meio à pandemia de Coronavírus, que tem afetado a economia mundial, colocando-a no caminho de uma recessão. Apesar disso, as expectativas para o próximo ano permaneceram estáveis, ainda com crescimento previsto de 2,5%.
Por sua vez, os bancos Goldman Sachs e Citi revisaram para baixo suas projeções para a economia latino-americana em relatórios divulgados na última sexta-feira. Para o PIB do Brasil em 2020, as projeções são de quedas de 3,4%, no caso do Goldman Sachs, e de 1,7%, no do Citi. Os economistas do J.P. Morgan também voltaram a reduzir suas projeções e agora esperam uma retração de 3,2% no PIB do Brasil. Segundo seus analistas, isso se deve pelo choque provocado pela pandemia ter atingido o país em um momento de prévia fragilidade econômica.
A XP Investimentos também apresentou queda nas estimativas de crescimento e alterou sua projeção para o PIB brasileiro, que passou de variação positiva de 1,8% para queda de 1,9%. Já o efeito máximo da doença sobre a economia só deve ser notado no PIB do período de abril a junho deste ano. No entanto, a expectativa para o PIB de 2021 registrou alta de 2,5% para 2,6%.
A corretora reconhece que existe um alto grau de incerteza nas estimativas, dada a complexidade da crise atual e da incerteza com relação à efetividade das medidas anunciadas até o momento. Os analistas acreditam que, com base em experiência internacional recente, as restrições de contato social serão mantidas em abril, com possibilidade de se estenderem para maio.
A Standard & Poor's também revisou para baixo a projeção do Produto Interno Bruto do Brasil, de crescimento de 2,2% para contração de 0,7%. Para 2021, a agência de classificação de risco prevê uma expansão de 2,9%, mais acentuada que a estimativa anterior, de alta de 2,5%.