Contra Coronavírus
O último levantamento de mercado semanal realizado pelo Boletim Focus do Banco Central a respeito das perspectivas de crescimento do PIB registrou sua sexta queda consecutiva, atingindo 1,48%. O resultado foi o pior resultado desde o primeiro boletim divulgado dia 06 de janeiro. A queda começou a ser observada no mês de fevereiro, ainda antes da confirmação do primeiro caso de contágio do covid-19 no Brasil, mas os impactos da epidemia já eram sentidos no mercado internacional, tendo afetado diversos parceiros comerciais do país.
Já o relatório de inflação do BC, divulgado em 26 de março cortou a projeção de crescimento anterior de 2,2% para zero, de acordo com as informações disponíveis até 16 de março. A projeção considera um recuo acentuado do PIB no segundo trimestre, seguido de retorno relevante nos últimos dois trimestres do ano. Pelo lado da oferta, projeção para o desempenho da indústria de transformação passou de variação de 2,1% para -1,3%, motivada pela previsão de queda na demanda final, além da possível redução na oferta resultante das medidas de restrição de locomoção e da escassez de insumos importados em alguns segmentos.
A revisão de crescimento para a indústria extrativa, por sua vez, recuou de 7,5% para 2,4%, ante expectativa de menor demanda por minério de ferro e petróleo, em um cenário de desaceleração mundial. Já o setor de construção deve apresentar retração de 0,5%. Para o setor terciário, estima-se elevação de 1,7%. A autoridade monetária destaca revisões nos segmentos mais afetados por medidas de restrição de mobilidade: o comércio recuou de 2,6% para -0,7%; de transporte, armazenagem e correio, de 1,9% para -1,2%; outros serviços, que engloba atividades como alojamento, alimentação fora de casa e atividades artísticas, de 2,2% para -1,1%.
O crescimento esperado da agropecuária foi mantido em 2,9%, "refletindo melhora nos prognósticos para a safra de grãos, compensada por redução moderada na estimativa de crescimento da pecuária, em razão dos impactos da pandemia sobre a demanda interna e externa por proteínas", diz o BC.