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Preocupação com a trajetória da inflação leva Copom a manter Selic em 13,75% a.a.

Na primeira reunião de 2023, o Comitê de Política monetária (Copom¹) do Banco Central optou por manter a taxa Selic em 13,75% ao ano.

Publicado em 10/02/2023

A decisão foi orientada, em grande medida, pela deterioração das expectativas  de inflação em horizontes mais longos.
De acordo com o Comitê, esse processo está associado ao aumento do balanço de risco, ocasionado pelas incertezas sobre o arcabouço fiscal do país e possíveis efeitos inflacionários de uma política fiscal expansionista, bem como pela continuidade do cenário global de restrição monetária.
Em meados de novembro do ano passado, o mercado projetava inflação praticamente dentro da meta, até o final de 2024. Já as projeções mais recentes apontam para uma maior desancoragem das expectativas à meta.

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A piora nas expectativas de inflação acaba elevando o custo da desinflação para o Banco Central, ou seja, exige juros mais elevados por mais tempo e maior desaceleração econômica para conter o avanço dos preços.


Cenário global de aperto nas condições financeiras mais prolongado


No cenário externo, o Comitê segue avaliando que o cenário é desafiador. Apesar do arrefecimento da inflação em vários países, da reabertura da economia chinesa e do relativo controle da crise energética na Europa, espera-se que o ciclo global de medidas contracionistas continue por um período prolongado.
Nos EUA, por exemplo, há preocupação com o sobreaquecimento do mercado de trabalho e seus impactos sobre a inflação de serviços. Em consequência disso, o Banco Central dos EUA (Fed) sinalizou que o aperto monetário pode se prolongar além do período previsto inicialmente.
Diante desse cenário, o processo de desinflação das economias avançadas pode ocorrer de forma mais lenta, de modo que os riscos de desaceleração da economia mundial seguem elevados.


Desaceleração da atividade econômica brasileira


De acordo com o Copom, a atividade econômica brasileira segue em desaceleração e se manifesta, principalmente, por meio da redução das  concessões de crédito na economia e na desaceleração do mercado de trabalho mais recente.
O Comitê entende que essa desaceleração reflete os efeitos defasados da política de aumento dos juros, sendo um processo necessário para a convergência da inflação à meta. Além disso, destaca que os resultados recentes não impactaram significativamente as expectativas para o PIB.

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Desafios para a convergência da inflação à meta


Um dos principais desafios do Banco Central para trazer a inflação à meta é o nível de preços ao consumidor, que segue em nível elevado, sobretudo, em componentes mais sensíveis ao ciclo econômico.
Outro fator é a incerteza sobre a forma que irá ocorrer a desaceleração da inflação no ambiente global.
Além disso, há preocupação quanto aos efeitos de eventuais estímulos fiscais sobre a trajetória de preços. Nesse sentido, o Comitê destacou a necessidade de acompanhar como será executado o pacote fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda, que pode vir a atenuar os riscos fiscais e seus impactos sobre as expectativas de inflação.

 

Para ver o boletim na íntegra, acesse o link abaixo:

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Economia