O Comitê revisou as perspectivas de crescimento da economia mundial para baixo. As principais preocupações mencionadas foram a sincronia global na reversão de estímulos que haviam sido implementados ao longo da pandemia do Covid-19 (especialmente os de política monetária), os impactos do conflito entre Ucrânia e Rússia sobre o fornecimento de energia e as incertezas da economia chinesa, associadas à deterioração de seu setor imobiliário e sua política de combate à Covid-19. Além disso, questões geopolíticas envolvendo os mercados asiáticos e europeus permanecem no radar.
O Copom identificou importantes pressões inflacionárias em algumas das principais economias avançadas, tanto para 2022 quanto para 2023. Mesmo que já se observe uma regularização inicial das cadeias de suprimento e uma adequação nos preços das principais commodities no mercado mundial, o cenário de alta demanda por bens e de oferta ameaçada pelo ambiente externo conturbado preocupa.
Diante desse contexto, os bancos centrais dos países desenvolvidos têm seguido um ciclo de aperto monetário, restringindo o diferencial de juros da economia brasileira.
No ambiente doméstico, a atividade econômica segue em alta, puxada pelo setor de serviços. Outro ponto de destaque foi o desempenho do mercado de trabalho, que apresentou uma recuperação acima do esperado pelo Comitê.
Complementarmente, a percepção é de que a inflação ao consumidor tem sido mais persistente do que o antecipado. Ainda que os preços já reflitam a redução dos impostos sobre energia, o Copom vê uma inércia inflacionária nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, em nível incompatível com o comprimento da meta.
Embora tenha considerado esses fatores como determinantes para uma nova alta na Selic, o Comitê compreende que os efeitos contracionistas da atual política monetária devem ser suficientes para levar a inflação à meta até 2024, mesmo com a normalização da política tributária sobre os combustíveis.
Assim, ficou aberta a possibilidade de fim do atual ciclo de aperto monetário, que teve início em março de 2021 e é o maior desde 1999. A ata se encerra sinalizando que a necessidade de um novo ajuste será avaliada na próxima reunião e, caso ocorra, será de menor magnitude.
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