Ambiente externo deteriorado leva a novo aumento nos juros
Em reunião realizada no mês de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom¹) do Banco Central elevou a taxa básica de juros do mercado brasileiro (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para ao redor da meta ao longo do horizonte temporal do ano de 2023.
O processo de normalização da economia após a pandemia, ainda continua contribuindo positivamente para o crescimento de 2022, através de um maior consumo de serviços.
No entanto, desde a última reunião, a percepção do Comitê é a de que o cenário externo segue se deteriorando, onde o crescimento de várias economias, principalmente as desenvolvidas, foram revisados para baixo para 2022 e 2023. O cenário global atual de maior incerteza indica uma possível reversão dos estímulos de política monetária realizados durante o período de recuperação dos impactos iniciais da pandemia.
Os avanços nos preços das commodities e o prolongado processo de normalização das cadeias de produção globais vem se traduzindo em pressões inflacionárias ainda mais persistentes. O conflito no Leste Europeu, ainda sem desfecho, aumenta os riscos de estabilidade financeira para o mundo e gera incertezas quanto aos impactos de longo prazo, o que acaba sendo um teste de resiliência para as economias.
A Europa possui um risco relativo maior devido tanto à sua proximidade geográfica com o conflito, como também por sua dependência energética na Rússia e sua exposição maior aos ativos e ao mercado financeiro russo.
Somado a isso, temos ainda as cadeias de produção pressionadas pelas recentes políticas de Covid Zero na China, o que retardou o processo de normalização econômica. Além disso, os riscos de estabilidade financeira aumentaram devido ao estresse contínuo no setor imobiliário chinês.
O presente momento de pressões de preços, advindas de aumentos nos preços de commodities, vem exigindo medidas mais duras dos Bancos Centrais no combate à inflação tanto em países desenvolvidos como em países emergentes.
Diante de um cenário global com condições financeiras mais deterioradas, o Copom avalia que somente a sustentação da taxa de juros por período suficientemente longo em território contracionista não irá assegurar a convergência da inflação para a meta.
Por esse motivo, além do aumento de 0,5 ponto percentual nessa reunião, o Comitê já antevê um ajuste de igual ou menor magnitude para o próximo encontro.
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