PIB registra expansão de 4,6% em 2021 e recupera queda de 2020
No ano de 2021, a economia brasileira registrou crescimento de 4,6% em relação a 2020. Esse resultado recupera a queda de 3,9% observada em 2020, em decorrência do início da pandemia. Em valores correntes, o Produto Interno Bruto do país somou R$ 8,7 trilhões.
A Agropecuária foi o setor da economia que registrou recuo no ano de 2021. O resultado negativo se deve à queda na produtividade no segundo e terceiro trimestres, em alguns produtos como café, algodão e milho, impactados pela forte estiagem no período. Durante os efeitos iniciais da pandemia em 2020, o setor foi essencial para o abastecimento de alimentos para a população.
Na Indústria total, o grande destaque é o crescimento de 9,7% no setor da Construção, que gerou cerca de 245 mil novas vagas de empregos formais no país em 2021. Outro importante resultado foi na Indústria de transformação, com crescimento de 4,5%, recuperando a queda de 4,4% de 2020. Na Indústria, os setores que registraram as maiores expansões em 2021 foram Máquinas e equipamentos e a Indústria automotiva, respectivamente, setores altamente intensivos em tecnologia. A dinâmica da Indústria brasileira em 2021 foi pautada pelo aumento nos investimentos e na produção de bens de capital.
No setor de Serviços, também houve recuperação em relação a 2020, incentivada sobretudo pelo avanço da vacinação em massa e pela retomada das atividades presenciais na economia. O setor foi responsável por quase 70% do saldo de novos empregos formais gerados em 2021.
No entanto, algumas atividades com grande representatividade no setor de Serviços não conseguiram recuperar a queda registrada em 2020, como por exemplo Outras atividades de serviços e as de Administração, saúde e educação públicas e seguridade social. A persistente alta inflacionária observada ao longo de 2021 teve como efeito a redução do poder de compra da população, refletindo diretamente no nível do consumo das famílias.
Em 2021, as taxas de poupança e investimento registraram patamar mais alto dos últimos sete e seis anos, respectivamente. Diante dos efeitos da pandemia, as famílias fizeram a chamada “economia forçada”, onde reduziram seu consumo e passaram a poupar mais como forma de precaução das incertezas futuras.
Já a expansão no investimento pode ser explicada, em grande medida, pelo bom momento da Agropecuária, devido ao desempenho positivo nos preços das commodities, bem como na Construção, influenciada pelas taxas de juros historicamente mais baixas. O que se observou foi um incremento na produção física industrial de máquinas, equipamentos e peças voltados para o uso agrícola e para a construção – se constituindo em investimento no setor privado. Um terceiro motivo desse aumento foi a desvalorização expressiva do Real, que contribuiu para o aumento dos preços dos bens de capital importados. Por fim, um efeito contábil de internalização de plataformas de petróleo da Petrobrás dentro do país, antes sediadas no exterior, foi outro fator que impactou positivamente nos investimentos.
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